terça-feira, 7 de abril de 2015

Ajudando crianças



Escrevemos este texto devido ao fato de muitas vezes termos de lidar como a repetida situação: uma mãe ou um familiar, normalmente tia ou avó, leva uma criança com problemas de comportamento, alegando sintomas de agitação, agressividade, às vezes com dificuldades escolares. Não menos incomum são os casos de crianças com medos: de fantasmas, de insetos, de morte ou de sofrer violência.

A situação se agrava mais quando a criança sofre uma situação de morte ou perda real, e devemos trabalhar com ela a elaboração de suas dores. Mas este artigo é para escrever sobre os casos mais gerais, de crianças com problemas de comportamento ou dificuldades emocionais. Sempre passo para a família as seguintes orientações, às quais achei dignas de colocar neste artigo:

● Toda criança precisa para crescer saudável de duas coisas muito importantes: Amor e disciplina. Quando não se sente amada, a criança pode manifestar desde agitação até dificuldades no colégio. 
● A criança se sente amada quando paramos para dar atenção a ela. Muitas vezes, pais passam até o dia com as crianças, porém fazem as atividades do lar, mas não dão verdadeira atenção à criança. 
● Podemos criar de quinze a trinta minutos por dia para dar atenção especial a nossos filhos: brincar com eles, desenhar, contar histórias, saber do que eles realmente gostam.
● Devemos reviver o hábito antigo de contar histórias antes da criança dormir: assim estimulamos valores morais e o gosto pelos livros, além de fazê-los sentirem-se amados. Podemos contar histórias de heróis, princesas, contos e fábulas, e podemos adaptar a história para ensinar algo que seja da necessidade da criança, como não ter mais medo ou como aprender a acordar a noite para usar o banheiro. 
● As crianças são SEMPRE espelhos dos pais. Se a criança é agitada, medrosa, ansiosa, está espelhando algo dos pais ou do sistema familiar. É importante avaliar se não aconteceu algo na história de vida da criança, mas isso é realmente a minoria dos casos. 
● É preciso cuidar da alimentação das crianças. Alimentos industrializados, com muito açúcar, biscoitos, bombons, suquinhos, refrigerantes são veneno! Deixam as crianças agitadas e ansiosas. Já atendi crianças que entraram em meu consultório às sete da manhã chupando bombom. 
● Pais que brigam fazem um mal profundo a seus filhos. Já vi pais que desafiam a autoridade um do outro na frente dos filhos, o que gera desafio dos filhos aos pais também. Ambos devem se unir para educar os pequenos. 
● Mesmo separados, a educação dos filhos é responsabilidade dos pais. Com a constelação familiar dizemos que o homem e a mulher se separam, o pai e a mãe, nunca. Também a autoridade e responsabilidade de tios, avós e outros da família é menor, enquanto que a dos pais deve ser maior.
● As desestruturas familiares vão afetar sim a vida das crianças. Falta de pai gera, em geral, dificuldades com comportamento e escolares. Falta de mãe gera dificuldades emocionais, nos relacionamentos e na autoestima. 
● As crianças precisam de mais disciplina, de ter horário para almoço, estudos, para brincar e para dormir. Vivemos em uma sociedade muito permissiva, as crianças fazem o que querem, o que trás problemas. 
● Aos pais que puderem, aconselho o livro do médico psiquiatra dr. Içami Tiba: Disciplina, limite na medida certa. Tem valiosas lições para a educação dos pequenos. 
● Tablet, celulares e vídeo games só no máximo duas ou três horas por dia, e em troca de bom comportamento e estudos com bons resultados. 
● A hora de dormir deve ser precedida por ao menos uma hora de diminuição do ritmo diário: sem brinquedos ou aparelhos eletrônicos, criança deve ficar no quarto a meia luz e talvez com música suave. Podemos acrescentar as histórias. 
● Devemos estimular a independência das crianças: dormir só, tomar banho só, se vestir, dentre outras atividades diárias. 
● A educação das crianças deve ser um preparo para a vida adulta, em sociedade.  Não devemos bater, desrespeitar ou depreciar as pessoas, e este ensino começa em casa. 
● Estudar e se comportar bem é obrigação, não escolha.  A responsabilidade não pode ser transferida para a escola, nem para profissionais da saúde. Pais devem ocupar mais o lugar de adultos, e fazer as crianças ocuparem seus lugares de crianças. 
● Educar uma criança é sempre um desafio. Tudo o que pudermos fazer para estimular seu aprendizado é positivo.  Às vezes os adultos não entendem, mas a criança não é um adulto em miniatura.  Elas entendem mais a linguagem dos símbolos, das histórias, dos contos de fada. 
● Devemos passar as atividades diárias como algo lúdico, e procurar entrar em seu universo de imaginação.  É um desafio, e devemos utilizar nossa própria criança interior para isso.


Apesar de ser difícil acompanhar crianças e educá-las, este desafio é muito importante, pois com elas plantamos as sementes de uma sociedade melhor no futuro. Devemos amá-las, respeitando e recordando que disciplina também é amor. Devemos procurar ser adultos melhores, pois tudo o que somos é o que temos como recurso para ensiná-las. Devemos também passar para elas, além dos estudos, o como lidar com emoções, com as relações e com o sentido da vida. Para poder ensinar, devemos aprender sempre!

Para complementar este texto, deixamos aqui orientações úteis sobre a rotina para pais, familiares


Deixamos ainda uma série de orientações para quando a criança apresenta tdah,  tanto para familiares quanto para a escola.



Quaisquer dúvidas e informações entre em contato conosco!


Pedro Possidonio
pedropossidonio.psi@gmail.com

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