sábado, 21 de julho de 2018

O Processo do Perdão

O Processo do Perdão




Sempre que nos pegamos com emoções negativas, tristeza, mágoa, raivas, angústias, é sinal de que pode haver algo, uma ferida, uma experiência do passado que foi mal elaborada. Às vezes, não guardamos mágoas de propósito, insistindo em um conflito sem sentido, mas experiências negativas geram em nós feridas, e aqui falamos em mágoas nesse sentido. Mágoa seria o mesmo que ferida.

A vida é um acontecimento grandioso, espantoso, muito maior que nós. É comum nos sentirmos sem sentido, sem rumo, sem saber o que fazer diante da grande vastidão da vida. Daí, sentimos medo, sentimos o assombro de sermos finitos em um universo infinito.

Inconscientemente, queremos colocar em alguém a conta pelos nossos medos, mágoas, angústias, então culpamos pais, professores, colegas de jornada, relações afetivas, todos que cruzam nosso caminho levam a conta pelo nosso sofrimento interior.

Originalmente, a maior mágoa de todas fica por conta dos pais, que nos deram a vida. Depois, as emoções vão sendo projetadas nas pessoas e experiências que vivenciamos.

Quero deixar aqui uma anotação para mim muito interessante sobre mágoa  e perdão:

PERDOANDO A SEUS PAIS
Perdoar aos pais é uma das coisas mais difíceis, porque eles o geraram. Como você pode perdoar-lhes? A menos que você comece a amar a si mesmo, a menos que chegue a um estado no qual você fique impressionado com o seu ser, como poderá agradecer a seus pais? Isso é impossível. Você ficará com raiva; eles o geraram e nem mesmo lhe pediram permissão primeiro. Eles criaram essa pessoa horrorosa. Por que você deveria sofrer por eles terem decidido dar à luz uma criança? Você não participou da decisão. Por que você foi arrastado para o mundo? Daí o rancor.
Se você chegar a um ponto em que possa amar a si mesmo, em que fique realmente extasiado por existir, em que sua gratidão não conheça limite, subitamente surgirá um grande amor surgindo para com seus pais. Eles foram as portas para você entrar na existência. Sem eles, esse êxtase não teria sido possível – eles o tornaram possível.
Se você puder celebrar o seu ser – e este é todo o propósito do meu trabalho: ajudá-lo a celebrar o seu ser -, subitamente poderá sentir gratidão a seus pais, pela compaixão e amor deles. Você poderá não só sentir grato, mas também perdoar-lhes.
OSHO


Concluímos então apontando que as mágoas, angústias e feridas de nossas vidas só podem ser curadas através de um verdadeiro processo de autoconhecimento. O perdão é um processo, não acontece só por que queremos. É no desenvolvimento de nossas vidas e de nós mesmos que podemos realizar esse processo de perdão: perdão aos pais, perdão às pessoas e experiências do passado, perdão à vida, pois ela nos fere e ela nos cura, e finalmente o perdão a nós mesmos.

O estágio final do perdão é o amor, mergulhamos novamente na nossa fonte interior de amor, deixamos nos entregar e aprendemos a fluir com a vida, confiando. Isso acontece ao mesmo tempo com graus mais elevados de nossa Realização pessoal, profissional, espiritual, onde aprendemos a apreciar nossa vida e a nós mesmos. O perdão na verdade é encontrar a fonte de amor, é se reconectar com o fluxo da vida, é conhecer a si mesmo e a si mesma, é encontrar um propósito para nossas vidas e buscar viver a nossa grande Realização!


Pedro Possidonio
Psicólogo e Terapeuta.
pedropossidonio.psi@gmail.com

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