terça-feira, 28 de julho de 2020

Individuação e máscaras que caem



Ao longo da vida passamos por muitas desilusões. Nossas máscaras caem, e aquilo que para nossa mente consciente era uma verdade passa a não mais fazer sentido numa nova etapa da vida. A identidade que costumamos chamar de ego é uma Persona, assim como a identidade de “mãe”, “filha”, “profissional”, “brasileira”, etc, em tempo integral.

Apesar de serem importantes, pois a persona faz a intermediação entre o eu e o mundo externo, é comum que ao longo da vida as personas caiam, parte do processo de individuação, processo através do qual vamos descobrir e realizar aquilo que somos. Se ficarmos identificados demasiado com uma persona, caímos em estados psicopatológicos, devido a unilateralidade desta identificação.

Ao longo da individuação somos conduzidos por um outro eu, a princípio inconsciente , o que Jung chamou de Si Mesmo, centro e totalidade da Psique. Este eu seria algo mais próximo do que verdadeiramente somos, mas não atingimos completamente este eu, pois muitas de suas dimensões são inconscientes.

Através da integração dos símbolos e complexos no processo de individuação vamos realizando as varias dimensões do eu profundo. Esta dimensão ocorre através da função criadora de símbolos, a qual Jung chamava Função Transcendente.


Pergunta que me foi feita: então, teoricamente, uma mulher que é mãe pode conseguir não se extenuar de ser mãe realizando o processo de individuação? Minha resposta é que provavelmente não, pois a vida em geral é difícil, e o desafio de ser mãe será sempre extenuante. Mas se buscar em paralelo a individuação a mulher pode perceber que há um sentido no sofrimento.


Não podemos viver sem sofrer, mas podemos transformar o sofrimento através da arte de viver (função transcendente em Jung).
O processo de individuação é para a vida toda, e em geral devemos desconfiar principalmente se a pessoa falar que atingiu a totalidade, mas como diz o velho simbolismo, conhecemos a árvore pelos frutos. No livro Desenvolvimento da Personalidade, Jung fala que temos vários exemplos de grandes personalidades que influenciaram a humanidade. E estudando a mística ocidental e oriental, podemos inferir que existiram muitos mestres e mestras também desconhecidos do público geral, mas que através de suas obras ou de seu despertar beneficiaram incontáveis de seres.




Att,
Pedro Possidonio
Psicólogo e Terapeuta
Atendo Online para todo o Brasil

Veja nosso trabalho em nosso site:

Nenhum comentário:

Postar um comentário