segunda-feira, 27 de abril de 2020

Por quê é tão difícil ouvir Críticas?



Uma cliente me mandou a pergunta que abre esse texto, comentando uma série de comportamentos defensivos que ela tem após receber uma crítica. Decidi escrever esse texto para responder a ela e quis compartilhar com vocês também.

Na verdade dói em mim também, profundamente, quando recebo uma crítica. Demora um tempo para cada pessoa conseguir processar a informação e integrar o que pode ser tirado de bom e o que não serve do que foi apontado na crítica.

Primeiro aspecto: nossa relação com a pessoa que fez a crítica. Quanto mais temos uma expectativa de agradar essa pessoa, mais a crítica é dolorosa. Devemos observar essa expectativa e o quanto ela as vezes é pesada e irreal. Cobramos muito da gente mesmo e isso nos faz mal. Devemos respirar nessa dor e acolher quem nós somos neste momento, pois só conseguimos ser o que somos.

Ao nos acolher, podemos olhar para o que é possível melhorar e desenvolver em nós. Quando não nos acolhemos, recorremos aos atalhos, às fugas, é quase qualquer coisa pode servir para isso: álcool, drogas, remédios, religião, entretenimento, eletrônicos, sexo, tudo isso vivido na superficialidade do ego e sem a profundidade de alma.

O segundo aspecto da crítica é a competência moral da pessoa que faz a crítica. Por exemplo: uma pessoa que demonstrou em diversas situações ser desequilibrada emocionalmente exige de você ser mais equilibrada, isso pode gerar uma série de sentimentos ruins como o ressentimento. Assim, devemos, com o esfriar dos ânimos, aprender a separar que parte da crítica realmente é sobre nós e que parte da crítica é apenas uma projeção do outro, ou seja, incapaz de lidar com suas próprias emoções o outro projeta em nos seus medos, cobranças, ansiedades, raivas, sentimentos negativos e reprimidos. Neste caso, devemos fazer um exercício, dizer mentalmente repetidas vezes para o outro: deixo com você o que é seu, fico com o que é meu.

Devemos também perceber que muitas vezes são projetadas em nós cobranças de uma adaptação externa indevida: aquele dream consumista de que devíamos ter uma boa casa, carro, emprego, relacionamento, etc, e se não o temos é por que somos (aí vem a projeção: egoistas, negativos, desorganizados, preguiçosos, etc). Nesse ponto faço uma leve alusão ao fato de que vivemos numa sociedade excludente e de fortes desequilíbrios econômicos, mas cabe a cada um procurar o seu caminho frente às adversidades externas.

Outro aspecto, acho que é o terceiro: nós temos o instinto de viver em grupo. As vantagens evolutivas do ser humano na natureza são o grupo e o uso de instrumentos através de sua engenhosidade, inteligência. No nosso eu biológico está profundamente inscrita a necessidade de pertencer ao grupo, e a crítica ou qualquer forma de rejeição, abandono é sinônimo de morte, pois ser abandonado pelo grupo é o mesmo que morrer. Essa relação se reflete na história individual entre mãe e bebê, não ser cuidado ou ser abandonado é o mesmo que morrer. Claro que isso é uma verdade mais profunda na nossa mente, pois muitas vezes mesmo o bebê abandonado é acolhido pela sociedade ou adotado ou pela avó ou tua por exemplo (mais uma vez o grupo).

A quarta e última reflexão sobre a crítica é a ideia de que no nosso inconsciente infantil, que está presente em todos nós, na nossa criança interna, temos o desejo (infantil) de sermos completamente amados, completamente acolhidos, independente do que somos ou fazemos. Isso inclusive é utilizado como propaganda em vários momentos da cultura. Também é decorrente do instinto e desejo de pertencer. Quando qualquer coisa ameaça esse desejo de sermos totalmente amados, essa mentalidade infantil, que funciona no tudo ou nada, faz com que sintamos totalmente odiados ou não amados, o que obviamente não é verdade mas é uma verdade profunda no nosso eu emocional. A solução para este último aspecto é aprender a acolher nossa criança ferida e a nos amar como nós somos.

Para concluir, convido fazermos da crítica uma oportunidade, uma chance para mergulhar nas nossas profundezas e abraçar nosso sofrimento, abraçando também nosso verdadeiro eu. Dentro de nós existe uma fonte profunda de sabedoria e de amor, que só pode ser descoberta ao acolher o pior em nós. Dentro de nós existe o céu e o inferno, a sombra e a luz.

Por último uma dica prática: sugiro fazer em meu canal uma meditação: 
Sugiro você sentir qual a que mais combina com esse momento.

1. de cura da criança interna 
https://www.youtube.com/watch?v=mK5ZC0poJu8

2. de perdão ou 
https://www.youtube.com/watch?v=_AH9rJ7UitM

3. de limpeza emocional. 
https://www.youtube.com/watch?v=dC2wXsUCyA0






Att, Pedro Possidonio.
Psicólogo e Terapeuta.



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