quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A Consciência e a Carne



Quando pensamos sobre o ser humano e a natureza da alma, podemos nos fazer a seguinte pergunta: o que vem primeiro, a consciência ou o cérebro? Entramos numa querela que nos faz perguntar o que é mais importante: material ou espiritual? Neurociencias ou Filosofia da mente? Corpo ou consciência? Mundo objetivo ou mundo subjetivo? 

Quando surge a Fenomenologia estas dicotomias são superadas. Com seu conceito de consciência transcendental, Husserl une nossa dimensão essencial, a qual segundo ele pode ser logicamente separada do mundo, com nossa consciência comum, encerrada na cotidianeidade. Heidegger, por sua vez, com o conceito de Ser-no-mundo, também trás sua contribuição à questão, apontando que só pode haver mundo com a consciência e só há consciência no mundo. 

Merleau Ponty trás uma resolução significativa com a ideia de Carne. Para ele, vivemos em Corpo encarnado e animado. Sua proposta fenomenológica promove a união do cérebro com espírito, o humano e o mundo. Supera dicotomia entre homem interior vs exterior com a ideia de teia de relacionamentos, mundo subjetivo e mundo objetivo. A compreensão desta totalidade está também em outros autores, como na teoria de Campo sistêmica e na hipótese do Unus Mundus em Jung. 

É de suma importância pensarmos na unidade e totalidade dos mundos interior e exterior, aprendendo que o que parece dois, na verdade é um só. Nossa consciência age sobre nossa vivência, assim como as experiências vivenciais transformam nossa consciência. Nossa jornada, então, trata-se de desenvolver cada vez mais nossa sabedoria, no corpo, no espírito, na carne.



Pedro Possidonio
pedropossidonio.psi@gmail.com

Mais informações sobre nosso trabalho em:

Nenhum comentário:

Postar um comentário