sábado, 8 de novembro de 2014

A força do Pai



Inicio este texto usando como mote o caso de um cliente que dizia não conseguir se sentir homem. Em seus relacionamentos, não pode receber plenamente uma mulher e procura amantes para, segundo ele, se sentir homem. Na visão da constelação sistêmica, conforme sempre nos lembra nosso mestre e professor Marcílio Costa, homens assim estão procurando a mãe. A incapacidade de um homem de se satisfazer com uma mulher e a compulsividade, que muitas vezes é sinal de desprazer ao invés de prazer, são sinais de conflitos e carências, desequilíbrios da dimensão emocional.

Posso acrescentar também aqui o caso da cliente que atendi que não conseguia assumir responsabilidades, por não sustentar compromisso. Lembro agora também da criança que descobriu o valor de ter um pai quando eu lhe disse: apenas duas em dez pessoas que eu atendia tinham pai presente. O que há em comum nestes casos? Além do sofrimento, a forte carência de pai.

Podemos dizer que, de acordo com a visão sistêmica o Pai representa: força, compromisso, capacidade de realização nos estudos e no trabalho. Quando a criança apresenta uma relação de complicação com o pai, não desenvolve internamente seu masculino, gerando dificuldades no adulto. Quando o pai é ausente devido a seus conflitos, quando é alcoólatra, quando se separa da família e deixa a mãe só com os filhos, quando é sempre feminino ou passivo, a criança cresce sem referência do masculino do homem, o que gera dificuldades diante da vida. Podemos desenvolver o masculino para ter melhores resultados nos compromissos, nos estudos, no trabalho, na força diante da vida para caminharmos rumo nossa realização.

Lembrei de um caso de depressão em que o cliente só conheceu o pai aos quinze anos, e era uma péssima referência, alcoólatra, envolvido em drogas e mulherengo. É como se o jovem dissesse internamente: se ser homem é isso, prefiro não recebê-lo como pai. Cometemos um erro ao não receber nosso pai integralmente, mesmo com seus defeitos, pois ele nos deu a vida. O filho não pode sistemicamente julgar o pai. Deve receber o masculino que vem dele, e, se ajudar, imaginar os outros ancestrais homens complementando o que faltou ao pai na força masculina. Outro caso bem complicado de depressão que atendi no passado era de uma jovem que não conseguia pedir amor ao pai por ele ser doente. Ela o via como pequeno, e não queria ser um peso. Devemos nos trabalhar para ver nossos pais e mãe como sempre maiores do que nós.

Tão importante quanto a bênção da mãe, de nosso texto posterior, é também a benção do pai! Com a benção do pai, o que quer dizer amor e presença, a criança cresce em força, bom comportamento, boas notas, e internamente pode relacionar-se bem com homens, no caso das mulheres, e se sentir plenamente homem, no caso dos homens. A relação positiva com o masculino interno, representado pelo pai, também gera em nós autoconfiança e maior capacidade de nos dedicar à nossa realização, tendo uma atitude proativa diante da vida.

Na imaginação podemos nos curar, realizar visualizações terapêuticas mesmo que elas sejam impossíveis no mundo material: Podemos nos imaginar, ao final da leitura, de olhos fechados recebendo a benção, o amor e a força de nosso pai, atrás dele nossos avós, bisavós e todos os ancestrais masculinos nos passando a força de ser plenamente homem. Assim desenvolver a força do masculino em nós, desenvolver a força da realização em nós!




Pedro Possidonio
pedropossidonio.psi@gmail.com

Mais informações sobre nosso trabalho em:
pedropossidonio.wix.com/terapeuta


Nenhum comentário:

Postar um comentário