sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Vida que vale a pena ser vivida



Recentemente, atendi um rapaz que não gostou de sua prova no Enem. Pedi para imaginar-se recebendo um conselho dele mesmo, já com muitos anos de formado. Assim, ele poderia colocar o insucesso em perspectiva,  ver a sua realização como um caminho, não como uma meta apenas. O incentivei a ver outras coisas das quais gosta, e procurar cultivar saúde além de ver apenas o infortúnio e a doença. Ele mesmo respondeu que o Dr.Y (ele) com 20 anos de formado diria que a preocupação dele é de hoje é bobagem, pequena, e que ele deve continuar a estudar, seguir aprendendo e viver a vida. E acrescentei que deve ler outras coisas, que aprendemos por associação,  não só estudar excessivo do conteúdo do vestibular. Tudo isso é muito importante para o cultivo da boa saúde, além de prática de atividades físicas e hábitos saudáveis.

Imagine que você recebe uma maldição que o condenasse a viver de novo cada um de seus atos, suas escolhas e as consequências delas, tudo isso infinitas vezes. Cada dia, cada palavra falada e cada experiência vivida. Com esta metáfora, Nietzsche nos traz a ideia do Eterno retorno. Ele a utiliza para nos fazer refletir sobre A vida que vale a pena ser vivida. Assim, podemos tomar consciência de nossas ações e fazer as melhores escolhas. Queremos viver para agradar aos outros ou para ser feliz? Devemos viver para satisfazer as expectativas sociais ou abraçar nosso caminho de realização?

Ele também falava de duas dimensões importantes dentro de nós, as quais representava pelas divindades gregas Dionísio e Apolo. Devemos equilibrar Dionísio, a divindade do vinho, das artes, da criatividade e da inspiração, com Apolo, divindade do logos solar, do trabalho diligente, do estudo, da seriedade e compromisso.  Devemos equilibrar em nós Apolo e Dionísio,  útil e inútil. Viver a Saúde como harmonia entre criatividade, espiritualidade e arte, com trabalho e serviço. Equilibrar dever e ócio, prazer e dedicação, falar e silenciar, quietude e agir.

Outro aspecto importante destes opostos a ser trabalhados é a relação entre parecer e Ser. Lembro de uma cliente que foi melhorando de sua ansiedade ao aprender que deve deixar de corresponder às expectativas exteriores e buscar mais a satisfação em seu interior, dedicando-se a fazer o que realmente gosta. Heidegger contribui aqui com a ideia de modo próprio e modo impróprio de ser. Devemos buscar o equilíbrio entre nosso eu social, voltado para o externo, o trabalho e as relações mais superficiais, mas devemos nos focar no nosso eu mais profundo e verdadeiro, viver aquilo que para nós traz sentido, Viver ao invés de apenas sobreviver. Imagine que um anjo dissesse para você que sua sobrevivência está garantida! O que gostaria então de fazer realmente? A resposta apontará para seu caminho de realização.


Pedro Possidonio
pedropossidonio.psi@gmail.com

Mais informações sobre nosso trabalho em:
pedropossidonio.wix.com/terapeuta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário